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Carmem Dolores Rezende Costa - Psicóloga Clínica e Hospitalar (CRP: 15/2364)

Como você está se sentindo hoje? O que realmente te traz satisfação em seu cotidiano? Como você avalia as relações nas quais você está inserido? Como lida com seus sentimentos negativos? Você consegue expressar o que sente? Como você se percebe em relação as suas escolhas? …

Quantas vezes você já parou para refletir sobre estas questões? A maioria das pessoas, certamente, responderia “poucas vezes”.

Vivemos em uma Era acelerada, onde nossas ações, nosso pensamento, nossas expectativas vão de encontro ao tempo. Queremos que tudo aconteça para ontem! Então, parar para refletir sobre nós, nossos sentimentos, anseios, satisfações, ações, nem sempre se torna possível. Além disso, culturalmente, não somos ensinados a dar atenção a esses “detalhes”. Nos atentamos a sintomas físicos, as situações externas, isso sim nos chama a atenção. E nossa Saúde Mental, onde fica? Afinal, o que é Saúde Mental?

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de SAÚDE vai além da ausência de doenças e enfermidades, sendo necessário um estado completo de bem-estar físico, MENTAL e social. Muitos fatores podem interferir em nossa saúde mental: condições de trabalho estressantes, mudanças sociais abruptas, estilo de vida não saudável, pressões social-econômicas, fatores psicológicos.

Não a toa, e visando conscientizar a população sobre a importância que devemos dar a nossa Saúde Mental, ao longo deste mês de Janeiro, podemos observar várias ações relacionadas a Campanha Janeiro Branco. Iniciada em 2014, esta busca levar as pessoas a refletirem sobre suas emoções, seus propósitos de vida, a qualidade de seus relacionamentos, seus pensamentos e comportamentos, sobre suas vidas.

Junto a isso, buscamos desestigmatizar a busca do profissional Psicólogo para auxiliar neste processo. Comumente vemos que há uma associação entre a Doença Mental e a Saúde Mental. Quem nunca disse ou ouviu: “ Não preciso de psicólogo. Não estou louco!” Porém, são estados bem diferentes. Doença mental está relacionada a presença de transtornos, enquanto a Saúde mental está relacionada a um estado de bem-estar que possibilita o ser humano lidar com tensões cotidianas, desenvolver suas habilidades, trabalhar de forma produtiva, elaborar seus sentimentos, enfrentar momentos/situações de fragilidade física e/ou emocional.

E por falar em fragilidade física e/ou emocional, o que dizer de um indivíduo que recebe o diagnóstico de uma doença, socialmente cercada de tabus e mitos, como o Câncer?

Em recente depoimento, uma paciente oncológica afirmou: “Desde o início (do tratamento) ofereceram uma equipe de apoio: nutricionista, psicólogo, odontólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta. Pensei que ia precisar de nutricionista e odontólogo. Psicólogo não estava nos planos. Eu achava que ainda estava forte.” E esse é um dos pensamentos comuns relacionados a necessidade de acompanhamento psicológico. Muitas vezes assumir que precisamos de ajuda, denota sinal de fraqueza, não aceitação, incapacidade. Mas a verdade é que, nessa situação, não há uma alteração física apenas. O paciente além do impacto de estar “aquela doença”, também passará por várias alterações: emocional, socioambiental, financeira, que inevitavelmente poderão interferir em seu estado emocional.

A mesma paciente segue em seu discurso: “Chegou um momento em que caí na real: estava sofrendo duplamente – pelos efeitos conhecidos e desconhecidos da quimio em meu organismo e sofrendo de ansiedade – a mente criando situações irreais e surreais, prejudicando ainda mais o meu já fragilizado corpo. (…) A essa altura marquei consultas com a psicóloga da clínica. Mas ainda não estava convicta da sua contribuição. (…) Fui obrigada a reconhecer que já não sabia o que estava me castigando mais: a quimio ou a ansiedade. A partir daí as consultas com a psicóloga passaram a ser fundamentais, auxiliando a lidar com os sintomas e com a ansiedade. (…) Creio que isso nem de perto resume a necessidade de apoio psicológico. Somente com a ajuda de um profissional você passa a encarar que é uma doença como qualquer outra, você derruba estigmas, mantém a mente positiva, afasta as pessoas que, mesmo com boas intenções, não te fazem bem, e passa a encarar tua doença (…) Viver o dia com o mínimo de ansiedade e o máximo de leveza é

importante não só para quem teve diagnóstico de câncer. É importante para cada um de nós!!!”

Esse relato expressa o quão importante se faz reconhecermos a fragilidade emocional ou dificuldade presente, e buscarmos auxilio com um profissional para encontrarmos formas de enfrentamento.

Então, não só em Janeiro, por conta da Campanha, não só os pacientes oncológicos, devido à enfermidade, mas todos nós indivíduos que precisamos entender e lidar com nossos sentimentos e emoções.

Carmem Dolores Rezende Costa
Psicóloga Clínica e Hospitalar